Investir na restauração de mangais é essencial para o nosso futuro comum


Data: 02/08/2022

Prestes a deixar Moçambique, terminada a sua missão de quatro anos como Embaixador da União Europeia, António Sánchez-Benedito Gaspar juntou-se, esta quarta-feira, à comunidade de Nkassana, na KaTembe, por ocasião do Dia Internacional para a Conservação do Ecossistema do Mangal.

Andou pelo manguezal, de mudas e pá na mãos, a prestar a sua contribuição nesta luta global de restauração deste ecossistema, cujas perdas, anualmente, são calculadas em dois por cento, derivadas por várias causas, sendo que o impacto humano directo é responsável por mais de 60 por cento da perda de mangais.

Falando nas cerimónias centrais alusivas ao 26 de Julho, o diplomata europeu lamentou o facto de não se dar o devido valor a este ecossistema. “As florestas de mangal são desenfreadamente derrubadas para produção de lenha, execução de projectos de aquacultura ou para o desenvolvimento urbano e turístico costeiro”, disse.

Referindo-se aos avançados em relação à meta de cinco mil hectares, António Gaspar referiu que Moçambique e o seu povo estão a levar a sério este aliado (mangal), e a União Europeia orgulha-se de fazer parte destes esforços.

“A UE investiu milhões de euros em projectos, em todo o mundo, que restauraram, replantaram e protegeram milhares de hectares de mangais. Em Moçambique, através de várias iniciativas como a Aliança Global para as Mudanças Climáticas, GCCA+, a trabalhar com ONG, governo e comunidades locais, ajudámos a restaurar muitos hectares em todo o país”, assinalou.

Para o embaixador, não basta apenas o plantio, é fundamental que se olhe também para a protecção do mangal, que na sua linha da frente envolve pessoas, nomeadamente as comunidades, como usuários, beneficiários e guardiões, daí estarem melhor posicionadas para liderar os esforços de conservação, sem excluir os jovens, como futuros detentores desses recursos.

“A Economia Azul será uma das acções prioritárias do nosso programa para 2021-2027 em Moçambique, actualmente em preparação. A conservação e restauração de ecossistemas como o mangal será central no nosso apoio em busca de soluções inovadoras para enfrentar os desafios da perda de biodiversidade e das mudanças climáticas”, concluiu António Gaspar.