Cantora Lorena Nhate anima festa das mulheres marítimas


Data: 30/05/2022

Chegou e viu. Cantou e encantou. Pôs “todo o mundo” a dançar e colocou a festa nos píncaros. Foi assim a sexta-feira passada, dia 27 de Maio, nas celebrações do Dia Internacional das Mulheres Marítimas, em que se cruzaram, no mesmo palco, funcionárias do Sector do Mar, Águas Interiores e Pescas, do Ministério do Interior, trabalhadoras de algumas empresas do ramo marítimo, aquacultoras, processadoras e comerciantes de pescado.

Foi um momento verdadeiramente agradável, com o convívio a superar as expectativas. Afinal, a dança, proporcionada pela contagiante música da conceituada cantora Lorena Nhate, tinha chegado em boa hora, uma vez que, depois da sessão de palestras e do lanche, nada melhor que fazer o gosto ao pé, com vozes extasiantes a acompanhar, letra a letra, a interpretação da convidada de ouro.

O Dia Internacional das Mulheres Marítimas, que se assinala a 18 de Maio, foi instituído em Dezembro de 2021, pela Assembleia-Geral da Organização Marítima Internacional, naquilo que constitui uma conquista, identidade, incentivo e encorajamento para todas as mulheres no sentido de optarem, também, por esta área iminentemente masculina.

Orientado pelo Secretário Permanente do MIMAIP, Xavier Munjovo, o evento, havido na Escola Superior de Ciências Náuticas, contemplou, em primeiro lugar, uma palestra com dois temas, designadamente “Importância da Formação da Mulher Marítima”, tendo como oradores Nízia Nuro, professora na ESCN, Rui Silva, ambientalista, Ana Goetsa, pilota de barra e porto, e Maria Arminda Uamusse, coordenadora para a Área de Poluição do INAMAR, IP; e “Experiências de Vida das Mulheres Marítimas”, através de depoimentos de Sónia Jamisse, inspectora, Lina Vasco, engenheira mecânica naval, Isabel Cipriano Conjo, vendedeira no Mercado de Peixe, e Julieta Zandamela, aquacultora em Matutuíne.

Ambas as palestras foram bastante interessantes e prenderam a atenção da plateia, tanto pela forma didáctica da sua apresentação e abordagem dos temas como também pela riqueza dos depoimentos, que trouxeram experiências únicas vividas por mulheres marítimas.

Saltaram à vista, por exemplo, os factos trazidos por Ana Goetsa, que se orgulha de ser a primeira mulher moçambicana a pilotar barcos, Sónia Jamisse e Lina Vasco que, depois da sua formação na ESCN, enfrentaram barreiras de inserção num ambiente tradicionalmente de homens, em que o trabalho a bordo nunca havia sido exercido por mulheres. Mas, segundo elas, ultrapassaram esses estereótipos, seguiram em frente e conseguiram vencer, estando hoje a trabalhar à vontade, lado a lado com os seus colegas do sexo masculino.

Falando na cerimónia, o Secretário Permanente, Xavier Munjovo, afirmou que o lema desta efeméride (Formação, Visibilidade e Reconhecimento: apoiando um ambiente de trabalho sem barreiras para as mulheres marítimas), que se celebra pela primeira vez no mundo, assume-se como uma exortação aos Estados-Membros das Nações Unidas e da Organização Marítima Internacional, em particular, para olharem a formação das mulheres desta área como uma ferramenta essencial para a sua visibilidade e reconhecimento nos seus postos de trabalho, removendo todos os obstáculos que têm impedido que as mulheres abracem esta profissão.